Por Sérgio Domingues / pilulas-diarias.blogspot.com.br
Abril vai findando e Anderson Ulisses resolveu comemorá-lo publicando em seu blog“Fechando abril: Brasil descoberto & Tardios aromas de libertação”.
O belo texto lembra grandes momentos do mês que se encerra. Entre eles, o nada grandioso, mas sempre lembrado, “descobrimento” do Brasil. Momento que nos remete à ideia de “brasilidade” e sobre a qual Anderson nos revela um achado emprestado da professora Vanise Medeiros, da UFF.
Trata-se da escolha do adjetivo “brasileiro” para definir nossa nacionalidade. Segundo o texto, o sufixo “eiro” costuma ser utilizado para profissões, como mineiro, pedreiro, jardineiro. Desse modo, “brasileiro” definia os comerciantes de pau-brasil.
Assim, diz o texto:
… adotamos por nome de nossa nacionalidade a primeira e mais simbólica forma de exploração de nosso próprio país. Ainda damos prosseguimento aa colonização em nós mesmos.
Sendo assim, talvez devêssemos negar a Portugal o estatuto de nação até 25 de abril de 1974. Quem sabe, seja o caso de considerar o verdadeiro momento de fundação de uma nação aquele em que seu povo desmantela o domínio que seus senhores impuseram sobre outros povos.
Nesse caso, a nação brasileira ainda estaria por nascer. Ela só viria à luz ao eliminar a “colonização em nós mesmos”, incluindo a que os poderes instituídos impõem às inúmeras autonomias por que luta seu povo tão diverso.
Que venham abris que nos façam, alegre e orgulhosamente, deixar de ser tão brasileiros.