Paralisação na IMC-SASTE, no edifício sede da estatal no Rio de Janeiro, arranca reunião de negociação nesta terça
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
Mais um capítulo triste na história da Petrobrás. A direção da empresa, junto com a empresa contratada Luso Brasileira, demitiu três lideranças dos trabalhadores da limpeza que iriam começar uma greve nesta segunda (2). André Luiz de Melo Pereira, Ewerton Luiz da Cruz Barreto e Paulo Sergio foram desligados do serviço na sexta-feira, sem maiores explicações, numa clara tentativa de reprimir a mobilização dos trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho. Os três com o apoio da direção do Sindipetro-RJ promoveram uma manifestação na frente da entrada de veículos do Edise, por onde entra o pessoal da Luso. Os trabalhadores da IMC-Saste mantiveram uma paralisação de zero hora até 13h desta segunda e decidiram suspender o movimento até uma reunião que acontecerá na tarde desta terça. Caso não haja avanços, os trabalhadores retomam a greve na madrugada de quarta por tempo indeterminado.
O assédio extremamente pesado da direção da Luso Brasileiro inibiu a mobilização dos trabalhadores da limpeza que irão reavaliar a continuidade do movimento nesta terça, às 6h, na frente do Edise. O Sindipetro-RJ declarou que não aceitará nenhum tipo de punição a trabalhadores por lutaram pelos seus direitos e iniciaram nesta segunda uma campanha de solidariedade aos demitidos.
No horário de almoço, foi colocada uma sacola na frente do Edise para recolher doações para ajudar no sustento da família dos três trabalhadores desligados. Nessa primeira ação, os petroleiros já conseguiram arrecadar mais de 300 reais, o que mostra o apoio da categoria à luta dos trabalhadores da Luso. A campanha na terça irá para outra unidade da Petrobrás no Centro do Rio. A proposta a percorrer todos os prédios. e garantir todo apoio até que as lideranças da limpeza sejam reintegradas.
O Sindipetro-RJ não irá descansar até que todos os demitidos seja reintegrados e vamos puxar uma grande campanha de solidariedade a esses trabalhadores que estão sendo perseguidos por lutar por uma vida melhor para eles e sua famílias. Um deles está doentes e dois estão com suas mulheres grávidas. É muita crueldade da Petrobrás e da Luso – indignou-se Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP.
Trabalhadores da IMC-Saste no Edise paralisam atividades
Na IMC-Saste, a mobilização foi bem diferente. Os trabalhadores conseguiram paralisar as atividades da zero hora até às 13h desta segunda. Só retornaram quando a empresa se comprometeu a realizar uma reunião na tarde desta terça (3), às 14h, para negociar a pauta de reivindicação da categoria. A greve pode ser retomada nesta madrugada de quarta caso não seja apresentada pelos gerentes uma proposta digna. O movimento exige a representação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Rio de Janeiro e não da Federação da Construção Civil (Fenascom), que fica sediada em São Paulo, e defende uma pauta muito mais rebaixada. O jurídico do Sindipetro-RJ inclusive já apurou que eles devem ser representados pelo sindicato local quando este existe.
Para amedrontar a categoria, o fiscal de contrato da Petrobrás, Leandro Peter, pediu a relação do pessoal da IMC que fez a paralisação, como forma de retrair a mobilização. Já corre pelos corredores da companhia o boato de que a Petrobras vai demiti-los. O Sindipetro-RJ denuncia essas práticas da terceirizadas e cobra da Petrobrás também uma postura condizente com a de uma empresa estatal construída a partir de um dos maiores movimentos populares já ocorridos no país. Nos seus discurso no carro de som, Claiton Coffy, diretor do Sindipetro-RJ questionou os altos lucros dessas contratadas: “os ganhos imensos dessas empresas se dá a partir da super-exploração dos trabalhadores terceirizados. Isso é um absurdo! Essa situação precisa mudar, temos que acabar com as terceirizações, mas defendendo todos os trabalhadores.”