No episódio sobre a Petrobras, a série Empresas e Patrões Cúmplices da Ditadura mostra como a empresa estatal do petróleo, então controlada por militares, foi não só cúmplice com os órgãos de repressão do regime militar, mas se transformou em um modelo de estrutura de vigilância e repressão nas empresas, replicado Brasil afora. Entendida como uma estatal chave para a segurança nacional, a Petrobras foi institucionalmente integrada ao sistema de vigilância da ditadura. Assim, prisões, casos de tortura e demissões sumárias, que marcaram os primeiros anos do regime, dão lugar às práticas sistemáticas e estruturadas de perseguição política e controle da ação sindical. “Não há fronteiras claras entre o que é a estrutura de repressão montada no Estado, tanto no âmbito federal quanto no estadual, com os DOI-Codi, com o que é a estrutura que funcionava no interior da Petrobras, tendo militares a sua frente”, conta a coordenadora da investigação, Luci Praun (UFAC). Para ela, o cerceamento da atividade sindical, o aumento da rotatividade dos trabalhadores, o achatamento salarial, tudo isso gerou condições de trabalho mais favoráveis à exploração, favorecendo a expansão e a lucratividade da empresa, particularmente no período posterior ao AI-5”.
A série Empresas e Patrões Cúmplices da Ditadura denuncia as violações de direitos praticadas pela aliança empresarial-militar que governou o Brasil entre 1964 e 1988. Muitas empresas continuam violando direitos e conspirando contra a democracia brasileira. | Assista ao documentário na íntegra.
🎞️Ficha técnica:
Produção: Canal Bob Fernandes
Roteiro e captação: Miguel Breyton
Edição: Roberto Fernández/O Movimento Falso