No final de junho, mais uma emissora comunitária foi fechada. Foi a Rádio Comunitária Araribóia, localizada no Morro do Estado na cidade de Niterói, Rio de Janeiro. Agentes da Polícia Civil faziam uma operação na comunidade. Eles passaram em frente à sede da emissora e resolveram denunciá-la. Contactaram a Polícia Federal e a Anatel para informar a existência no morro de uma “rádio pirata” – expressão normalmente utilizada para invadir e fechar as rádios comunitárias. O resultado foi a interrupção da programação e o fechamento da rádio, que está há 13 anos no ar.  

O jornalista Edésio de Oliveira conta que a mídia comercial de Niterói adotou unicamente a versão do delegado. Ele disse que trabalha há cinco anos na Araribóia, com o Programa Cidadania em Ação. A imprensa justificou a invasão e o fechamento da rádio porque teria ligação com o tráfico de drogas do local. Não procuraram saber, por exemplo, que a rádio entrou com um pedido de outorga desde a ata de fundação, em 27 de fevereiro de 1996. Mas espera, desde então, na fila para conseguir a outorga – assim como muitas outras comunitárias. 

A aula deste sábado do curso de Comunicação Popular do NPC estava programada para ser realizada na Rádio Araribóia. Devido à ação da Anatel, a atividade foi transferida para o Sindicato dos Engenheiros. Para acompanhar o andamento do caso, acesse www.radiorca.com.br