Bicuda FM transmitia há 6 anos para 14 bairros da Zona da Leopoldina, subúrbio carioca

A Rádio Comunitária Bicuda FM foi invadida no último dia 29 de agosto último por agentes armados da Polícia Federal. Prenderam três inegrantes da rádio e levaram – de forma arbitrária – mais de R$ 20 mil em equipamentos, que tinham nota fiscal.

A agressividade dos agentes surpreendeu e deixou indignada não só a comunidade da rádio como todas as pessoas que conhecem a história da Bicuda FM e seu importante papel de formação e informação, como veículo comunitário.

Foram presos arbitrariamente o presidente da rádio, Wanderlei Giarola, o fundador e diretor Celso Brittes e o locutor Jovanir Gonçalves, que estava no ar no momento da invasão policial. Durante a repressão, eles foram impedidos de usar seus telefones particulares e atender aos da rádio, que tocavam insistentemente. Outros integrantes da diretoria da emissora tentaram entrar na sede e foram impedidos. Uma delas teve a sua máquina fotográfica apreendida e seu carro revistado. Ao invés de apenas lacrar o transmissor, os agentes – que não se identificaram – levaram absolutamente todos os equipamentos e objetos da rádio, inclusive CD’s e fitas cassetes.

A rádio faz parte da Ong ambientalista Bicuda Ecológica, que faz importante trabalho de preservação e valorização da única área verde que ainda resta na região. Além disso, a Bicuda FM – que alcança 14 bairros, com mais de 650 mil habitantes – incentiva e dá visibilidade aos diversos movimentos sociais da região. É parceira da Fundação Oswaldo Cruz, em importante programas de saúde preventiva. E, em contradição, muitos dos equipamentos levados pela Polícia Federal foram doados pelo Ministério da Saúde, e a rádio recebe o apoio da UNESCO. 

A Bicuda FM cumpriu toda a burocracia exigida pela Ministério das Comunicações e pela Anatel, e estão aguardando há anos uma resposta sobre o seu pedido de concessão.