De 2003 até hoje, mais de 11 mil homicídios foram cometidos pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo nos chamados autos de resistência. Essa informação é do relatório Força Letal, violência pública e segurança pública no Rio de Janeiro e em São Paulo, elaborado pela ONG Human Rights Watch. O documento foi lançado nesta terça-feira, dia 8 de dezembro, na sede da OAB/RJ. Ele apresenta o resultado de uma investigação de 51 casos feita pela ONG durante dois anos, no qual ela afirma ter evidências de que os mortos em autos de resistência foram na verdade vítimas de execuções extrajudiciais. 
Além de listar os problemas, o relatório também traz as medidas que deveriam ser implantadas pelo poder público para evitar esse tipo de comportamento por parte da polícia. A principal recomendação é que haja um órgão específico para fazer a análise sistemática desses casos seguidos de morte. “Os Ministérios Públicos de Rio de São Paulo deveriam criar unidades especializadas em crimes cometidos por policiais”, afirmou o advogado Fernando Delgado, um dos autores do documento.

Veja alguns dados que confirmam a avaliação:

– As polícias do Rio e de São Paulo mataram mais de 11.000 pessoas desde 2003;

– O número de homicídios cometidos pela polícia do Rio atingiu o nível recorde de 1.330 em 2007 e em 2008 o número de homicídios era o terceiro mais alto, atingindo 1.137 homicídios.

– O número de homicídios no estado de São Paulo, embora menor do que no Rio, também é alto. Por exemplo, nos últimos cinco anos, a polícia do estado de São Paulo matou ao todo 2.176 pessoas, número maior do que as mortes cometidas por policiais em toda a África do Sul (1.623) no mesmo período de cinco anos.

Leia matéria completa na página da OAB-RJ.