“O escravo não nasceu no navio negreiro. Quando foi lá colocado, à força, trazia consigo seus costumes, seus hábitos, sua maneira de viver e entender o mundo. Trazia sua história. Os africanos chegaram aqui em tamanha quantidade, que havia tanto aquele que sabia fazer uma casa quanto aquele que sabia explorar o ouro e aquele que sabia cultivar o inhame. Trouxeram técnicas, maneiras de pensar. Suas crenças, assombrações, cantigas, maneiras de sentar, servir, comer, caminhar, comportar-se, formar família… Tendo sido eles tão numerosos, como entender o Brasil sem compreender como eram as Áfricas, do outro lado do Atlântico?[1]”.
Entrevista publicada pela Revista Ciência Hoje. http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2014/320/memorias-de-um-africanista/view.