Você sabe a importância da comunicação. É através dos meios de comunicação que tomamos conhecimento dos fatos que têm impacto na nossa vida. E você sabe que um fato vale pelo modo como ele é apresentado. Vale quem conta a estória. E nós contamos a nossa.

A maior parte dos meios de comunicação do nosso país pertence a gente muito rica e poderosa. Há no Brasil cerca de 90 redes de rádio e TV que praticamente monopolizam a informação, a diversão, a cultura. Elas estão na mão de seis grandes famílias empresariais e meia dúzia de organizações religiosas. O pessoal de cima.

Os movimentos populares e os sindicatos precisam ter sua própria comunicação. Para divulgar os fatos que são importantes para nós – e que na maior parte das vezes são escondidos ou distorcidos pela grande mídia. E para dar voz à nossa maneira de ver o mundo, nossas ideias e nossos sentimentos.  Nossas alegrias, nossas tristezas, nosso protesto e nossa esperança.

Tem um samba antigo que dizia:  “a dor da gente não sai no jornal”. Não sai no jornal deles. Tem que sair no nosso jornal, na nossa rádio comunitária, na comunicação sindical e popular.

Neste 24 de julho será realizado no Rio de Janeiro o segundo Festival da Comunicação Sindical e Popular. Na Cinelândia, com barracas expondo jornais, revistas e experiências de comunicação. Com apresentação de artistas e comunicadores. Ocupando a praça.  

Este ano o festival tem esse título: “A voz do morro”. Porque o morro é o símbolo do lugar do povo. Morro é mais do que uma elevação do terreno. É um símbolo de todas as formas de moradia das classes populares.

A voz do morro é parte de um velho samba de Zé Kéti. Você já ouviu:

Eu sou o samba

A voz do morro sou eu mesmo, sim senhor,

Quero mostrar ao mundo que tenho valor,

Eu sou o rei dos terreiros.

Eu Sou o samba, sou natural aqui do Rio de Janeiro,

Sou eu quem leva alegria para milhões de corações brasileiros.

Vamos ao Festival, para compartilhar as alegrias, tristezas e esperanças do povo brasileiro. Para dizer que nós estamos aí, que não nos contentamos com a comunicação dos donos do mundo. Queremos a nossa voz na praça.