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[Por Juliana Krapp, Marcelo Garcia e André Bezerra – Fiocruz – 07.04.2017] A necessidade de efetivar o direito à comunicação como prerrogativa básica e indissociável do direito à saúde deu o tom da Pré-Conferência Livre de Comunicação e Saúde, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (5/4), no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos. O encontro serviu como preparação para a 1ª Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde, a ser realizada de 18 a 20 de abril, em Brasília.

Durante a manhã, debatedores reforçaram a importância de o Sistema Único de Saúde (SUS) ser apropriado pela população como uma conquista social e coletiva, a partir do fortalecimento de espaços de fala que garantam e ampliem o acesso à informação em saúde e que deem visibilidade às vozes e vivências dos usuários. Também foi lançada a nova Política de Comunicação da Fiocruz, construída de maneira democrática e participativa na instituição. Na parte da tarde, houve ainda uma roda de conversa para a elaboração coletiva de um documento com propostas sobre o tema, a ser encaminhado para a 1ª Conferência.

A pesquisadora Inesita Soares Araujo, do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces/Icict), destacou que o direito à comunicação é composto de duas partes, do acesso à informação e do direito à voz. Ela disse também que é preciso procurar entender a realidade dos usuários. “Não podemos achar, por exemplo, que a tecnologia digital resolve o problema do acesso, pois boa parte da população não tem internet nem celular”, ressaltou. “Também precisamos entender que nossas vozes concorrem com diversos discursos. Então, para fortalecer o SUS, não basta sensibilizar o jornalista da grande mídia. Há muitos interesses em jogo, uma disputa de sentidos permanentes. E também não adianta fazer uma comunicação ‘chapa branca’, que esconda os problemas, pois eles estão na vivência do usuário. Tudo que fica interdito, fala mais alto”.
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