Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que a conta de Jair Bolsonaro no Twitter bloqueou, até essa segunda-feira, dia 5 de julho, 69 perfis de jornalistas e 6 de veículos de comunicação. Cronologicamente, foram bloqueados os sites The Intercept Brasil, Diário do Centro do Mundo, Aos Fatos, Congresso em Foco, Repórter Brasil e O Antagonista. Outras 3 pessoas que exercem cargos públicos bloquearam mais 4 veículos, como o UOL confere e o Ilustrada, caderno de cultura do jornal Folha de São Paulo. De acordo com Bernardo Kucinski, professor aposentado da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e um dos primeiros jornalistas a denunciar a tortura praticada pelo Estado durante a ditadura, o bloqueio não pode ser considerado um caso de censura clássica. Mas ele ressalta que quando “uma autoridade ou órgão público, que se vale de forma sistemática de um sistema digital como o Twitter para se comunicar com o público, negar acesso à sua conta a um jornalista, além de dificultar o trabalho de apuração, configura gesto autoritário, punitivo e de discriminação”. Na opinião de Kucinski, o presidente tem dificultado a cobertura jornalística sobre sua gestão: “Dado que uma das características centrais do meio digital é a interlocução e o diálogo permanentes e contínuos, a autoridade que opta pela comunicação vertical, unidirecional, não dialogada, está se revelando especialmente autoritária e atrasada”. | Saiba mais na matéria da Abraji.