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No dia 4 de fevereiro de 1971, às 11h45, Belo Horizonte foi abalada pelo maior desastre da construção civil brasileira até hoje conhecido, o desabamento do Pavilhão de Exposições da Gameleira. O acidente causou a morte de 69 operários e mutilou mais de uma centena. Mais de 40 anos após a tragédia, os sobreviventes e as famílias dos mortos ainda esperam por justiça. Até hoje sem punições, a Tragédia da Gameleira, como ficou conhecida, retrata um país dominado, à época, pela ditadura militar, sem espaço para debates, reflexões ou divulgação da verdade. Essa história está narrada no livro “Essa marmita é do João – Nos escombros da Gameleira”, de Antônio Libério de Borba, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). | Por Lígia Coelho| Continue lendo.

O livro é fruto da sua tese de doutorado em Educação “Lembrar para ter o direito de esquecer: a reconstrução histórico-sociológica da Tragédia da Gameleira em Belo Horizonte e seus reflexos na trajetória de vida dos atores sociais nela envolvidos”, defendida na Unicamp (SP). Com detalhada pesquisa histórica e documental, a obra fundamenta-se, também, na força dos comoventes depoimentos orais de sobreviventes da tragédia e parentes das vítimas. Fartamente documentado, o livro tem 369 páginas. Mantém viva a memória operária e a memória deste acidente até hoje impune.