Trabalhadores do Ceará e dos outros estados brasileiros têm acesso a músicas, informações, debates e noticiários alternativos e de qualidade por meio da RÁDIO CLASSISTA. A emissora é uma iniciativa da Federação dos Trabalhadores, Empregados e Empregadas no Comércio e Serviços do Ceará (Fetrace) e completou dois anos de existência neste início de 2018. Esse projeto de comunicação, tão importante para a classe trabalhadora, está precisando de nossa ajuda. O coletivo que está à frente da rádio lançou uma campanha de financiamento coletivo, que pode ser acessada em https://www.kickante.com.br/campanhas/projeto-radio-classista
História da Rádio Classista
A ideia de criação da rádio surgiu em novembro de 2015, depois de dois secretários da Federação participarem de uma oficina sobre webradio e streaming oferecida no Curso Anual do NPC. Trata-se de Francisco Luiz Neto, secretário de comunicação, e Marcos Pereira, da formação. Após a atividade no Rio de Janeiro, eles voltaram para Fortaleza animados para colocar essa ideia em prática. Graças à direção, que logo abraçou a ideia, poucos meses depois a então Rádio Fetrace foi ao ar. Hoje sua importância também é reconhecida por 22 sindicatos filiados à Federação, que retransmitem a programação em suas páginas na internet.
“Graças ao nosso objetivo de ampliar cada vez mais o alcance de nossa emissora, recentemente o nome mudou para Rádio Classista. A ideia é mostrar que a programação tem como objetivo atingir a classe trabalhadora como um todo, não apenas a categoria dos comerciários”, explicou Luiz Neto. “Esse sempre foi um sonho, investir na comunicação em diversas vias para poder estreitar a relação com o conjunto dos trabalhadores”, complementou Marcos Pereira.
“Nós já tínhamos nosso jornal, a página no Facebook e o site, e decidimos lançar a rádio porque observamos que a tendência para a comunicação, hoje, é a convergência. Ou seja, o conteúdo que se produz para um meio pode e deve ser divulgado por diversos outros, para que se possa atingir cada vez mais gente”, afirmou Luiz Neto. Ele disse ter percebido que as pessoas leem cada vez menos e têm buscado mais informações em formato de vídeo e em áudio, especialmente os mais jovens, que formam grande parte da categoria dos comerciários do Ceará.
A programação é toda pensada com esse objetivo, de informar e fortalecer para as batalhas que se apresentam no dia a dia da maioria da população brasileira. Quem sintoniza na rádio pode ouvir, diariamente, músicas nacionais, latino-americanas e rock, devido à retransmissão de duas emissoras universitárias (Rádio Debate e Rádio Livre). Há, ainda, seis programas temáticos. Na pauta, questões relativas aos negros e às mulheres; memórias de lutas e reivindicações; história e cultura da América Latina; direitos dos trabalhadores no Brasil e no mundo, entre outros. A grade de programação completa pode ser conferida em http://www.radioclassista.com/programacao/
‘Fala Negrada’: racismo e negritude em pauta
Um dos programas de maior sucesso é o “Fala Negrada”, transmitido aos sábados, das 8 às 10 horas da manhã. Apresentado por Bernardo Lamparina e por Kim Lopes, do Movimento Negro Unificado (MNU), o programa estreou em novembro de 2017. No próximo sábado, chega à 13ª edição, com ampla participação dos ouvintes, principalmente pela página do Facebook.
O formato do programa é bem livre, de bate-papo, com professores e militantes convidados para abordar algum aspecto relativo à negritude e ao racismo. É dado o pontapé inicial e os assuntos vão surgindo espontaneamente. “Por exemplo, o último programa foi sobre a violência praticada especificamente contra os negros e negras. Daí passamos para o passado de escravidão, as fazendas, a Casa Grande e chegamos às leis. Nosso próximo assunto será como o Estado brasileiro atua com relação a essa questão. Falaremos da legislação, da criminalização da prática de racismo e outros assuntos”, esclareceu Lamparina. Para ele, que é da área de Economia Solidária, o principal desafio é conseguir formas de financiamento autônomas para que o programa continue e se expanda cada vez mais.
Segundo ele, o programa, e a rádio como um todo, vem ocupar um vazio muito preocupante, que é o de alternativas de comunicação que possam dar conta dos interesses e das questões dos trabalhadores como um todo, e dos negros em particular. “Por isso estamos querendo ampliar nossa rede de comunicação, fazer vídeos no youtube sobre a questão dos negros, buscando sempre novas formas de sensibilizar para essa questão”, explicou.
‘A hora da verdade’: programa de entrevista vai ao ar às quartas-feiras pela manhã
Na quarta-feira, 16 de maio, estreou o programa “A hora da verdade”. Quem está à frente é o jornalista Rafael Tomyama, que, além de ambientalista, é ativista do movimento pela democratização da comunicação, como afirmou em entrevista ao NPC. O programa é semanal e pode ser ouvido, pela internet, toda quarta-feira, às 9h (horário de Fortaleza). “A ideia é apresentar notícias por uma ótica diferente da mídia empresarial. Queremos abordar os assuntos na visão dos movimentos sociais, das lutas populares, dos trabalhadores em greve, dos sindicatos ligados à Fetrace e outros”, explicou o jornalista.
Além das informações, recolhidas de sites e jornais da comunicação alternativa, também há sempre uma entrevista com algum especialista em um tema de interesse dos trabalhadores. O primeiro programa, que está disponível na internet, tratou do “direito à cidade”, ou seja, dos problemas sociais ligados à vida urbana, como segurança pública. Os próximos serão sobre: democratização da mídia, direitos e cidadania; contracultura e educação popular; e transformações no mundo do trabalho e empregabilidade.
Como acessar?
É possível ouvir a rádio pelo Facebook e pelo telefone celular, baixando o aplicativo RADIO CLASSISTA. Também pode ser acessada diretamente na página da Fetrace, dos sindicatos filiados ou pelo endereço http://www.radioclassista.com