2019 mal começou, mas sua previsível sucessão de retirada de direitos, autoritarismos, arbitrariedades e conservadorismos já caminha a passos largos. O importante é que vai ter luta e a resistência já marca presença nas artes, nos teatros, nos museus!

Para quem mora ou vai passar pelo Rio ou São Paulo, seguem quatro dicas imperdíveis de rolês. Confiram:

1 – Roda Viva no Teatro Oficina

Até 10 de fevereiro, a peça Roda Viva, de Chico Buarque, está em cartaz no Teatro Oficina, em São Paulo. Montada pela primeira vez no icônico ano de 1968, a peça fez história no teatro brasileiro ao incorporar a linguagem coral e denunciar a fabricação de estrelas do show business pela mídia. Agora, 50 anos depois, a nova montagem de Zé Celso incorpora também a fabricação dos mitos e messias deste nosso novo período de exceção. Os ingressos variam de R$5 a R$60.

2 – 4 em 1 no Museu de Arte do Rio

No MAR, quatro exposições temporárias falam sobre luta e resistência. A mais movimentada delas é “O Rio do Samba: resistência e reinvenção”, que conta não só a história do ritmo brasileiro, mas também dos seus ícones, personagens, memórias e lutas. “Mulheres na coleção do MAR” apresenta obras de mais de 150 artistas brasileiras e estrangeiras. Já “A Pequena África e o MAR de Tia Lúcia – Homenagem a Lúcia Maria dos Santos”, celebra esse ícone da cultura carioca que morreu no ano passado.

Por fim, a exposição “Arte Democracia Utopia – quem não luta tá morto”, assinada por Moacir dos Anjos, reúne obras contemporâneas associadas à utopia em meios a trabalhos produzidos por associações comunitárias, sindicatos e movimentos sociais. A exposição transpira resistência ao ressaltar os direitos constitucionais à terra e à moradia, além da luta pelos direitos humanos que ceifam vidas como a de Marielle Franco. É um convite à reflexão, mas, essencialmente, à ação coletiva. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

3 – Segall no Sesc 24 de Maio

Outra dica imperdível para quem mora ou vai passar por São Paulo é a exposição Lasar Segall – Ensaio sobre a cor, em cartaz no Sesc 24 de Maio, no centro. A proposta é apresentar a cor como ferramenta para compreensão da obra do lituano que viveu no Brasil e registrou como poucos a cultura nacional. Entretanto, faz muito mais do que isso ao expor telas que registram o grito de dor do artista contra o arbítrio da guerra e da miséria. A exposição traz também obras de artistas contemporâneos a Segall, tais como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Milton da Costa e Portinari. Em cartaz até 5 de março, com entrada gratuita.

4 – Correio da Manhã na Caixa Cultural

A luta do jornal carioca contra a Ditadura impregna a exposição “Correio da Manhã: Uma revolução de imagens nos anos 1960”, na Caixa Cultural do Rio. São 88 fotos icônicas, garimpadas do acervo do Arquivo Nacional, impressas pelo jornal nos anos de chumbo, incluindo passeatas de estudantes, greves de trabalhadores e manifestações de artistas e intelectuais. Há registros também sobre a política na recém inaugurada capital da república, como o fechamento do Congresso em 1966 e a atuação dos ditadores militares.

A exposição fala também do cotidiano da vida na década mais revolucionária da história, com futebol, copa do mundo, minissaias e festivais da canção. Deixa claro porque o jornal, fundado no início do século XX, fez história no fotojornalismo brasileiro e foi perseguido até ser empastelado pela ditadura. Entrada gratuita.

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