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Auditores do Ministério do Trabalho e Emprego interditaram parte da produção de uma unidade frigorífica da Brasil Foods (BRF), em Lajeado (RS). Estavam incluídas na ação máquinas de corte de carnes, movimentação de cargas e atividades de embalagem de frangos. A medida foi tomada em razão de riscos graves à saúde dos trabalhadores. De acordo com o Ministério Público do Trabalho 90% dos empregados do frigorífico relataram sentir dor com habitualidade; 79% relataram o uso regular de medicamentos para conter a dor; 71,4% afirmaram que as dores aliviam apenas após um final de semana completo de repouso e 5,7% disseram que tinham um convívio contínuo com as dores no corpo, que não acabam nem mesmo nos finais de semana. A interdição foi suspensa no dia 28 de abril. 

A fiscalização constatou que em períodos de pico de produção a empresa concedia três pausas de 12 minutos por dia. Já o esperado seria um mínimo de 50 minutos diários, conforme a Norma Regulamentadora 36 – que normatiza as condições de trabalho no setor. De acordo com os auditores fiscais do trabalho, no setor de frangos griller (frango inteiro, com 30 dias de vida, muito exportado para o Oriente Médio), os empregados chegavam a embalar 30 aves por minuto, realizando, para isso, 90 movimentos por minuto. De acordo com Sandro Sardá, procurador do trabalho e coordenador da grupo especializado em frigoríficos do Ministério Público do Trabalho, o limite deveria ser de 40 movimento/minuto. Segundo ele, o ritmo intenso de trabalho é o principal agente de risco de adoecimentos em frigoríficos.