Por Rosângela Ribeiro Gil.
O semanário “La Época”, desde Bolívia, traz uma densa e oportuna análise (¿Están dispuestos los occidentales a bombardear Siria?) sobre a nova ameaça de ataque no mundo. Desta vez os “canhões” estadunidenses, e seus capachos de plantão, miram o povo sírio. Como bem diz o texto assinado pelo francês Thierry Meyssan, “fingindo crer na existência de um ataque químico do governo sírio contra seu próprio povo, Washington, Londres e Paris soam os tambores de guerra”. Todavia, o alvo é outro, segundo o analista, Irã e Rússia.
Ele pergunta: “Que mosca picou o Prêmio Nobel da Paz Barack Obama?”. E cita comunicado da Casa Branca, de 25 de agosto último, onde o governo dos EUA afirma que há poucas dúvidas sobre o uso de armas químicas contra a oposição síria. Nem o consentimento da Síria para que os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) averiguem a situação na zona do ataque químico foi suficiente para demover a posição norte-americana.
Meyssan lembra que nem o governo da Síria nem o de Israel são signatários da Convenção contra as armas químicas. E destaca que os israelenses dispõem desse tipo de armamento em grandes quantidades. Importante a seguinte leitura:
“Mas os jihadistas também têm [armas químicas], como Carla del Ponte confirmou em declarações que provocaram a ira do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. Já em dezembro de 2012, o Exército Sírio Livre divulgou um vídeo em que mostrava a realização de um experimento de laboratório com um gás venenoso e ameaçou usá-lo contra osalauítas. Esta semana, o governo sírio descobriu nos arredores de Damasco vários esconderijos contendo armas químicas, máscaras anti-gás. Os produtos vieram da Arábia Saudita, Qatar, Estados Unidos e Holanda. É, de fato, a pedido do governo sírio, e não dos ocidentais, que os especialistas da ONU estão na Síria por duas semanas para investigar denúncias de uso de armas químicas. Finalmente, em 29 de maio de 2013, a polícia turca prendeu uma dúzia de membros da Frente al-Nusra e armas químicas confiscados destinados a serem utilizados na Síria.”
Apesar de todas as evidências, igual ao que aconteceu no Iraque, Obama está se decidindo pelo ataque criminoso a Síria. Não por acaso, as redes sociais divulgam uma “acertada” transformação do presidente americano, que exibimos neste artigo.
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