Rio de Janeiro – O documentário Tiros em Columbine, do ganhador do Oscar Michel Moore, é imperdível. Revela os Estados Unidos como um país onde a população é dominada pelos meios de comunicação, ama as armas, morre de medo de tudo, inclusive das crianças, e descarrega tudo isso no consumismo. A pergunta feita pelo cineasta é a seguinte: por que os norte-americanos se matam milhares de vezes mais do que seus vizinhos canadenses ou os europeus? Nenhuma das respostas apresentadas pelo governo, especialistas ou a mídia o satisfazem. O histórico de violência dos EUA desde suas origens, explicitada por muitos, não o convence. Cita como exemplos de trajetórias tão violentas quanto, a Inglaterra e a Alemanha. A hipótese de a miscigenação racial ser a causa da violência, também não é aceita por Moore. Filmes violentos seriam os culpados? Segundo o cineasta, este não é um privilégio dos nascidos nos EUA. Os mesmos filmes são esperados em vários países por adolescentes ávidos por consumi-los e nem por isso o índice de violência nestes países é igual ao dos Estados Unidos. Segundo palavras do documentarista, em entrevista coletiva após receber o Oscar:  “o filme mostra como somos manipulados pelo medo e como criamos esta cultura da violência em nosso país. Violência em casa, violência no exterior. Nós americanos matamos muitas pessoas. Matamos mais do que qualquer outro país neste planeta”. Se já chegou à sua cidade, vá e veja. Se está para chegar, pressione os distribuidores para que chegue logo. Se você é um sem-cinema, dá o seu jeito. Mas não deixe de assistir e tirar as suas conclusões.

 

Novo filme vai tratar do 11 de setembro

Fahrenheit 911, o novo fime de Moore, vai analisar os EUA após 11 de setembro de 2001 e os vínculos entre as famílias de Bush e de Osama bin Laden.