Por Lígia Coelho  

Bancários, petroleiros, metalúrgicos, professores, jornalistas e metroviários, entre representantes de diversas outras categorias, prestigiaram o lançamento do livro História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil, do escritor e ex-metalúrgico Vito Giannotti. O evento, no último dia 27 de março, no Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro, foi marcado pela informalidade e pela camaradagem que normalmente ocorrem quando velhos amigos se encontram.

Além de enfrentar a tradicional fila para autógrafos e se reunir para o bate-papo em rodinhas, quem compareceu pôde assistir a vídeos populares produzidos pelo movimento social, repassando histórias recentes (e outras nem tanto) de resistência e luta do povo brasileiro.

Para dar energia, um caldinho de mocotó e outro de feijão amigo, acompanhados da brasileiríssima caipirinha. Para refrescar, o refrigerante que é a cara do Brasil: guaraná. Afinal, a festa era genuinamente popular, brasileira, e dos trabalhadores, apesar da origem européia desse escritor que, como ele mesmo diz, nasceu na Itália “por acaso”, mas se considera um homem do mundo, com uma grande paixão por todos os trabalhadores, independentemente de suas nacionalidades. E que, lá no fundo do coração, guarda também uma paixão especial pelo Brasil, país que escolheu para viver, onde está há cerca de 40 anos, 25 dos quais trabalhando como metalúrgico em São Paulo.

Durante todo esse tempo, além de se mostrar sempre presente nas lutas político-sindicais, Vito desenvolveu também um grande interesse por comunicação popular, como ferramenta de conscientização e mobilização dos trabalhadores. Na ocasião do lançamento do livro, ele falou sobre essas paixões – a luta política, o socialismo, o Brasil, os trabalhadores e a comunicação como meio de disputar hegemonia. 

Abaixo, a opinião de alguns trabalhadores e trabalhadoras que prestigiaram o lançamento do livro de Vito Giannotti: 

“É um excelente livro, que traz uma grande contribuição à história do movimento operário brasileiro. Pelo que pude perceber, o livro aborda com riqueza de detalhe essa história. Vito fala a língua do povo, da classe operária” – Geraldo Cândido, ex-deputado, ex-senador e ex-dirigente do Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro. 

“Falar do livro é falar do Vito. É um trabalho excepcional, em que ele atua fundamentalmente junto à classe trabalhadora no sentido de reforçar ou de criar a consciência revolucionária do trabalhador, chamando a atenção para a sua história, a sua luta, que nada têm a ver com a história oficial. O livro desmistifica a idéia de que a sociedade brasileira é pacífica, não reage. Muito ao contrário, mostra que ela luta sempre. É importante, também, porque, reforçando a luta do trabalhador, ele está reforçando a idéia do velho Marx de que a luta de classes continua.” – Professor Rubem Aquino, historiador, assina a apresentação do livro. 

“Estou pegando o livro agora, ainda não li. Mas só o fato de ser feito pelo Vito me recomenda e faz com que eu o recomende aos outros. Na verdade, o Vito é uma das pessoas que conheço mais fiéis aos seus princípios, é uma dessas pessoas realmente generosas, que não estão à venda. Vou ler com muito gosto e muito carinho” – Esther Kuperman, historiadora, doutoranda na Uerj. 

“Pelo que se percebe, pela própria exposição do autor, é um trabalho pioneiro e específico sobre o movimento operário, um foco diferenciado de quase tudo o que já se viu. Digo quase porque nada é inédito. Folheei o livro e, pelo que vi, me  parece que ele valoriza muito o papel do operário e do imigrante que se engajou ao movimento operário no Brasil. O objetivo do autor é justamente, através de uma linguagem fácil, permitir o acesso a todo o povo brasileiro, sem distinção de nível social. Me parece uma leitura encantadora” – Maria Salete Amaro, juíza aposentada e professora universitária. 

“Ainda não li o livro, mas posso dizer que esse trabalho do Vito é um resgate da história dos trabalhadores brasileiros, um instrumento para renovar a nossa esperança no socialismo na medida em que coloca em foco as grandes lutas dos trabalhadores brasileiros. É um trabalho muito importante para o movimento social e até mesmo para a perspectiva socialista, porque reaviva a perspectiva revolucionária. Para mim, é uma alegria muito grande saber desse lançamento, ter acesso a esse livro e tenho certeza da atualidade desse trabalho.”Paulo Sérgio Farias, secretário de Políticas Sociais da CUT/RJ, trabalhador do ramo de saneamento e meio ambiente. 

“Uma coisa que eu acho importante é que o livro tira os trabalhadores do anonimato, cita os trabalhadores que fazem a História. Acho que o livro, nesse sentido, é um grande marco” – Maria Aparecida Souza Cruz, bancária, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. 

“Eu reforço o que a Aparecida falou e gostaria de enfatizar também o fato de ele escrever numa linguagem simples, de fácil acesso a todos. Acho importante também para as novas gerações, porque muitos que estão hoje trabalhando, com carteira assinada, salário e benefícios, não sabem que essas coisas são fruto de lutas, são conquistas, não surgiram da benevolência dos patrões. Muitos jovens, hoje, não sabem disso, porque só se informam pela mídia burguesa.” Isabel Menezes, bancária, diretora de cultura do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. 

“O mais importante é que Vito é, hoje, uma das raras pessoas que conseguem sintetizar e representar, construindo uma relação pedagógica, trazendo para o trabalhador o que é produção de boa qualidade na Universidade, traduzindo numa linguagem simples, fácil. Ele tem essa coragem” – Virgínia Fontes, professora universitária e historiadora. 

“Eu, particularmente, vejo que o livro do Vito não representa só o movimento sindical, mas é uma representação política, social e cultural do conjunto dos trabalhadores, porque ele não só resgata a história política, como mantém viva a memória dos trabalhadores. O livro vem na contramão da lógica imposta pelos meios tradicionais. É mais uma obra de qualidade para o movimento sindical e para o trabalhador, de inigualável importância. Estão de parabéns o Vito e a equipe do NPC!” – Alberto Dias Mendes, diretor de Coordenação Política do Sintuperj. 

“O fundamental do livro do Vito é que ele traz para o conhecimento de todos os trabalhadores as nossas próprias lutas, nossas vitórias e derrotas. É importante conhecer a história, para repetir os acertos e evitar os erros.” – Sandro Barros, jornalista da  imprensa sindical. 

“É uma imensa satisfação ver o Vito publicar sobre aquilo que ele faz – comunicação popular. Participei do curso anual de comunicação do NPC e, depois de conhecer o Vito e as suas idéias, realmente mudei até meu modo de pensar e meu comportamento. Estava na direção do Sindicato, pensava em deixar tudo quando encerrasse o mandato, e hoje estou no meu terceiro mandato. A luta não pode parar. Parabéns, Vito!” – Vera Barradas, coordernadora de Comunicação, Cultura e Formação do Sintuferj. 

“Acho que o livro do Vito significa mostrar para outras gerações o esforço de lutadores, pessoas que tiveram suas vidas marcadas por seus ideais socialistas e de classe. Além dos fatos que vivemos diretamente, nos anos 70 e 80, de luta e resistência contra a ditadura militar, o livro trata também de outros fatos mais antigos, que não conhecemos. É uma contribuição muito importante e bem-vinda.”Jaime Santiago, ex-presidente estadual da CUT do Rio de Janeiro. 

“A trajetória de vida do Vito já é uma garantia de que o livro tem tudo para ser  excelente, fundamental para o trabalhador. Uma contribuição importante para o movimento operário e para a própria formação política do trabalhador, que sem dúvida vai se enriquecer com a leitura” – Carla Elisa Carvalho, representante do Instituto Florestan Fernandes, do Ceará, e da Prefeitura de Fortaleza (CE). 

“Na minha opinião, o lançamento do livro é um marco para o movimento sindical, porque conta a nossa história, a história das lutas dos trabalhadores brasileiros, sob o nosso ponto de vista” – Sérgio Tadeu Rodrigues dos Santos, professor, associado do Sepe/RJ, ex-petroleiro e ex-dirigente do Sindipetro.