[Por Sheila Jacob – 15.05.2017] Na semana passada, ficamos tristes com a notícia do falecimento do professor Antonio Candido. Sociólogo e crítico literário, suas ricas análises teóricas eram feitas de forma simples e objetiva, já que falar para todos era uma de suas principais preocupações. É o que percebemos em algumas de suas obras fundamentais, como “Formação da literatura brasileira” e as coletâneas de ensaios “Literatura e sociedade” e “Educação pela noite”.
Um de seus textos mais famosos é “O direito à literatura”. Nele, além da saúde, educação, moradia e alimentação, Candido inclui a literatura como um direito humano básico, que deveria ser assegurado a todos. Defendia, assim, o acesso a um bem que, durante séculos, foi visto como privilégio de uma minoria. Para o teórico, a literatura possui uma capacidade de humanização, pois nos permite adquirir conhecimento e colocar-nos no lugar do outro, cultivando a empatia e possibilitando que sonhemos com um mundo diferente.
Por acreditar no poder de transformação da literatura, Antonio Candido dedicou sua vida a ela, sendo um intelectual comprometido com as lutas sociais de seu tempo. Foi um dos criadores do PT, apoiou a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, e nunca deixou de se dizer socialista, defendendo a igualdade e criticando sempre a exploração do homem.
Por todos esses motivos, e muitos mais, Antonio Candido continuará sendo nosso eterno mestre.