O jornal americano New York Post publicou uma lista de astros do cinema, música e TV contrários à guerra, pedindo o boicote a seus filmes, shows e programas. 

Washington – Um jornal americano lançou uma campanha de patrulhamento a atores e músicos americanos contrários à guerra no Iraque. O tablóide nova-iorquino New York Post publicou na sua edição de hoje um texto em que pede o boicote a uma lista de estrelas do cinema e da música. O jornal chama os artistas, entre os quais estão Martin Sheen, Danny Glover e Susan Sarandon, de “amantes de Saddam”.

 

O texto informa quais são as atrações em que se pode ver os atores pacifistas e pede explicitamente o boicote aos programas e filmes “das estrelas que se opõem à libertação do Iraque do assassino de massas Saddam Hussein e seus comparsas violadores”. Outras vítimas do pedido de boicote
são Tim Robbins, Laurence Fishburne, Sean Penn, Samuel L. Jackson, Alfred Woodward, a roqueira Sheryl Crow, a banda Limp Bizkit e Jackson Browne.

 

“Todos os pontos de ônibus da cidade têm cartazes de Good Fences, com Danny  Glover, mas seguramente há melhores maneiras de gastar dez dólares”, diz jornal. Sobre Susan Sarandon, o NY Post afirma que “atualmente, pode ser boicotada deixando-se de ver a minissérie Children of the Dune, que começou domingo no canal Sci-Fi”. Agressivo, o texto tem frases como “não ajude estes amantes de Saddam”. E pede boicote também a shows dos músicos anti-guerra.

 

As datas e locais das próximas apresentações de Sheryl Crow, Limp Bizkit e Jackson Brown foram divulgadas pelo jornal, também para pedir o boicote. Um parágrafo inteiro é dedicado ao trio de country music texano Dixie Chicks. Na semana passada, a cantora Natalie Maines se disse envergonhada de que George W. Bush também é do Texas. O resultado foi uma onda de boicote em rádios e destruição de seus CDs em praça pública. Martin Sheen, que interpreta o presidente dos Estados Unidos no seriado The West Wing e participou de manifestações contra a  guerra, viu ser cancelada a campanha do cartão de crédito Visa em que ele é o garoto propaganda. A Visa negou qualquer relação com a posição de Sheen.

 

São tão fortes os temores de que uma reedição do macarthismo, a  famigerada caça às bruxas pós-guerra, esteja surgindo nos EUA que o Screen Actors Guild, sindicato dos atores americanos, denunciou há dias a existência de uma lista negra de atores. A lista teria a função de impedir os atores contra a guerra de trabalhar.

(Por Humberto Miranda do Nascimento, texto enviado para o Boletim do NPC por Marcia Kiuh)