Terra Sem Males

[Por Ívina Costa – 15.05.2017]  Na mitologia guarani, a expressão “terra sem males” se refere à uma terra onde não há fome, guerras ou doenças. Trata-se de um lugar intocado, sem rivalidades, violência e falta de reciprocidade. A  expressão pode parecer utópica, mas tem força. Saiu direto das aldeias indígenas para dar nome e inspirar um jornal alternativo lá do Paraná, o Terra Sem Males que faz da comunicação um meio para dar voz a trabalhadores, povos e movimentos sociais.

Criado em 1998 pelo repórter fotográfico Joka Madruga, a iniciativa conta com um site de notícias, redes sociais e um jornal impresso temático, atemporal, distribuído gratuitamente. Este mês, um único artigo divulgado no site, alcançou mais de mil acessos, em apenas 5h, sem patrocínio algum. “Se tivéssemos investimentos em divulgação, este número seria bem maior”, diz Joka Madruga.

Fazer jornalismo sem o patrocínio de grandes empresários requer esforço, qualidade e muita criatividade. Para se manter independente, o Terra Sem Males aposta na fotografia e realiza seminários em que apresenta esta ferramenta como forma de acesso à cultura, informação e educação. Uma das formas de  apoio e subsídio ao jornal é a aquisição de fotos do projeto “Águas para vida”, uma série de reportagens  fotográficas realizadas no ano de 2015 com os atingidos por barragens na Amazônia. 

Na primeira parte do projeto, Joka percorreu três rios: Madeira (Jirau e Santo Antonio), Xingu (Belo Monte) e Tapajós (Complexo Tapajós). Essa foi a forma encontrada para dar visibilidade à luta das famílias desalojadas e mostrar os impactos das usinas no meio ambiente. As fotos podem ser adquiridas de forma impressa em papel fotográfico, no tamanho 20×30, por R#30,00 cada. O pagamento é feito por depósito bancário e a nota fiscal é enviada por correio, junto com a imagem, após confirmação. Há fotos sobre outros temas também.

Para ver as fotos do projeto “Águas para a vida, acesse:

https://www.facebook.com/pg/jokamadruga/photos/?tab=album&album_id=497847417090531

 

Foto Joka

Crianças Munduruku brincam no rio Tapajós, em setembro de 2013, onde está previsto a construção de várias hidrelétricas. Foto: Joka Madruga.