[Por Vito Giannotti] Por motivo de trabalho, na semana passada estive em Belo Horizonte e em Porto Alegre. Fiquei chocado com a pobreza de informações dos dois maiores jornais daqueles Estados. São dois casos típicos que merecem um destaque especial.  

O RGS é o estado onde mais se lê. A média de leitura é mais do que o dobro da média brasileira. Minas é o segundo Estado em população do País, mas é um estado que lê muito pouco. As tiragens de seus diários são baixíssimas. Mas o que me chocou foi o nível de desinformação de seus dois maiores diários. Quem lê e se informa por aqueles dois veículos está condenado a ser absolutamente desinformado. A insignificância de suas notícias é pavorosa.  

A tragédia é que a maioria dos militantes de esquerda, populares ou sindicais se informa, ou tenta se informar, por meio destes panfletinhos de direita. Sim, porque, além de serem extremamente fracos, são órgãos de direita, claramente posicionados no campo conservador. 

Desta constatação salta aos olhos a necessidade, em nosso País, de informativos diários de esquerda que informem o que interessa ao povo, aos trabalhadores.  

Na nossa história já houve curtos momentos em que existiram diários de esquerda: em 1919, em São Paulo, tivemos A Plebe e, na mesma época, em Pernambuco, A Hora Social. Em 1946 existiram oito jornais diários ligados ao PCB. Tudo isso é parte da história do Brasil. E hoje?  

Há duas publicações semanais essenciais para qualquer militante que quer estar informado para agir na realidade atual.  

Dois semanários, diferentíssimos entre si, de linha e apresentação diferentes, mas igualmente necessários: Brasil de Fato e Carta Capital. Brasil de Fato é um jornal alternativo, nitidamente de esquerda e plural. Carta Capital é dirigido pelo incomparável jornalista Mino Carta que garante à revista uma linha de fidelidade aos fatos e uma riqueza de informações que é a antítese exata da Veja 

Brasil de Fato e Carta Capital são dois remédios contra a miséria intelectual e informativa da mídia empresarial. São, sobretudo, um antídoto contra as mentiras, distorções e campanhas ideológicas da direita.  

Felizmente estas publicações não são as únicas que temos. No próximo boletim, falaremos sobre outras experiências importantes de comunicação alternativa, como, por exemplo, Caros Amigos. Caros Amigos é uma revista mensal que há mais de 10 anos é um alimento sério e um contra-veneno para as intoxicações da chamada grande mídia, ou, mais concretamente, mídia empresarial, patronal, corporativa ou, simplesmente, burguesa. É um apanhado do mês que traz informações, fatos e dados que esclarecem o que, às vezes, ficou confuso ou incompreendido durante o período. Traz uma visão crítica, de esquerda que é a antítese da versão e do enfoque que a direita despeja diariamente sobre a cabeça dos caros ouvintes, caros leitores, ou, mais ainda, caríssimos telespectadores.