[Por Vito Giannotti] Na Espanha, as próximas eleições políticas estão mostrando a face de uma Europa agitada, frustrada após anos de promessas neoliberais, calçadas em desemprego, empobrecimento crescente e retirada de direito conquistados em 150 anos de duras batalhas. Hoje a Europa com proteção social quase universal, com direitos à cidadania próprios da fase socialdemocrata, já virou um sonho distante. Os jovens estão dando o grito de alerta, como foi, num outro contexto bem diferente, na Tunísia e no Egito e ainda estão dando no Bahareim, no Iemen e outros países árabes. O método de luta é similar: ocupação, acampando, de ruas e praças e resistência até uma solução.

A esquerda, destroçada por anos de dúvidas, oscilações, conciliações e profundas decepções não está dando qualquer direção a estas dezenas de milhares de manifestantes.

Um dos tantos manifestos dos jovens, distribuído nas praças e ruas, na busca de uma solução à grave crise do país enumera algumas medidas imediata para começar o saneamento da situação política desastrosa. Vejamos o texto em sua simplicidade:

 “Estas são algumas das medidas que, enquanto cidadãos, consideramos essenciais para a regeneração de nosso sistema político e econômico. Opine sobre  elas e traga novas propostas para as plenárias!

1. Eliminação dos privilégios da classe política

2. Contra o desemprego

3. Direito à habitação

4. Serviços públicos de qualidade

5. Controle das instituições bancárias

6. Tributação

7. Liberdades cidadãs e democracia participativa

8. Redução do gasto militar”

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 Por um internacionalismo socialista

[Por Sérgio Domingues] A revolta se espalha pela Espanha. As ruas estão tomadas por multidões em cerca de 60 cidades. É a resposta popular à terrível crise econômica que toma conta do país. Muitos setores envolvidos nos protestos dizem que se inspiraram nas manifestações que acontecem nos países árabes. Principalmente, na Tunísia, Egito, Síria, Bahrein, Iêmen. 

Mas, diferente do que acontece na Espanha, a maioria dos revoltosos árabes quer ter o direito de eleger seus governantes. Já no país europeu, reina entre os manifestantes o desprezo pela política institucional. Uma das palavras de ordem do movimento é “Nem políticos, nem banqueiros”. 

Houve eleições municipais neste final de semana. O Partido Socialista, que está no poder, foi o grande derrotado. Mas, os manifestantes espanhóis não estão satisfeitos. Já não agüentam uma democracia em que os grandes partidos se revezam no papel de manter e aprofundar a exploração econômica. 

Talvez, tanto as revoltas árabes como as européias sinalizem uma onda internacional de protestos. Mas, envolvem problemas e situações bastante diferentes. Em alguns lugares, as forças populares estão fartas de falsas democracias. Em outros, não agüentam mais ditaduras bastante reais. Um ponto em comum é a crise econômica.

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