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Pichação no Hotel Glória. Foto: Atlam Otsugau

Desde 2013, o Rio de Janeiro tem mais um símbolo para reconhecer nos muros da cidade: os SMHs da Zona Sul. Quando pichado em muros no Morro da Providência, Metrô-Mangueira, Curicica ou Vila das Torres, entre inúmeras outras áreas da cidade, SMH (Secretaria Municipal de Habitação) é uma sigla do Estado que indica quais casas serão desocupadas em consequência das obras do planejamento urbanístico do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Quando pichado em Botafogo, Jardim Botânico, Humaitá ou Flamengo, SMH é uma denúncia das remoções. Kamuro Rioga, pichador das SMHs em bairros da Zona Sul, explica que a ideia foi fazer na cidade formal o que o prefeito Eduardo Paes faz na cidade informal, esclarecendo o amplo contraste existente entre as duas regiões. “A nossa relação com o espaço é mais semântica do que geométrica, esse pixo não faria sentido na Zona Norte. É uma relação social, porque nunca na Zona Sul existiria uma remoção”. Segundo Rioga, a ação público-político de pichar uma sigla que simboliza o poder autoritário do Estado surge a partir de notícias de jornais que divulgam os projetos de remoção de casas que se encontram no caminho de grandes obras da Prefeitura do Rio ou em áreas privilegiadas pela especulação imobiliária.

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