Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis
Bertold Brecht
Certo dia ele resolvera abandonar toda sua comodidade creio que nada mais nada menos que um pouco de roupa na bolsa, alguns livros na mochila e partira para Jerusalém.
Lá encontrou a sua essência no Homem do Peixe que a ele disse para rasgar todo aquele caralho de trás e o que viesse à frente daquele livro de sabe-se lá quantas páginas… 5350, 6000??
Essa página o jovem nascido na cidade de Lucca, Itália guardara em seu coração por toda a vida. O Homem de Lucca a transmitiu a alguns de seus alunos em dezembro de 2014, com as mesmas palavras que o Homem do Peixe o disse algum dia:
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
Mateus, 25 – 34,45
Com o coração muleque cheio de atitudes e disposição observo que sua passagem por Jerusalém o fez aprender a essência de seu ser em toda sua vida, o grande ser humano, italiano, luccano se despediu da terra santa e resolveu ir ao Brasil.
Nessa terra mesclou sua origem, sua essência e incorporou a alegria e fraternidade desse povo que adotou e aprendeu a ser um deles.
Brasileiríssimo de Fato, Giannotti esteve lado a lado com metalurgicos para lutar por seus direitos que os patrões junto à maquina governamental não queriam concedê-los. Foi bravo, vitorioso. Vito!
Aguentou torturas, dores extremas, separações e morte de amigos próximos, na ditadura militar.
Os generais também morreram com o passar dos anos, e talvez isso no correr de sua vida o tenha feito perceber em sua consciência que a morte é a coisa mais democrática do mundo. Nossas pompas e nossas circunstâncias desaparecem depois do limiar da morte. Nosso fim nos iguala por completo.
A partir de então explodiu em si um Amor Revolucionário que com generosidade distribuiu no caralho desse mundo até seu último momento junto com sua companheira Claudia. Ensinou Comunicação de Povo para Povo, conquistar a hegemonia popular por todos os meios que possam dar voz que o verdadeiro poder é do povo. Fez isso pelos quatro cantos desse país. A merda desse texto já passou de mais de vinte palavras!
Não sei mais muito sobre o Homem de Lucca… (Por mim escreveria um livro de sua biografia) Mas é uma honra ter sido um de seus Putos! A luta continua, porra!!! Vito Giannotti, Imprescindível…