[Prensa Latina/Moscou, 11 de maio de 2015] O intelectual hispano-francês Ignacio Ramonet afirmou hoje em Moscou que a mudança climática, as armas nucleares e o capitalismo ultraliberal ameaçam a existência da humanidade.
Pouco antes de partir da Rússia, depois de assistir a comemoração do aniversário de 70 anos da vitória sobre o fascismo, uma das figuras mais relevantes do movimento altermundista disse a Prensa Latina que é importante lutar contra essas novas ameaças.
“A vitória sobre o fascismo há 70 anos significou a salvação do planeta, foi uma forma de sobreviver, porém, hoje estão sobre o mundo outros perigos, outras batalhas a serem travadas”, ele disse.
“Como disse o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, hoje é a mudança climática um desses perigos e temos que nos mobilizar contra ele, também são ‘espadas de Damócles’ contra nossa espécie o armamentismo nuclear e a forma do capitalismo neoliberal, ultraliberal”, reiterou.
“Quer dizer, 70 anos depois da derrota da Alemanha nazista, a humanidade segue envolvida em lutas para chegar a uma sociedade mais justa e mais solidária”, comentou.
Nascido durante a Segunda Guerra Mundial (5 de maio de 1943) em Redondela Pontevedra, Galícia, na Espanha, Ramonet cresceu em Tânger, Marrocos, onde se instalaram seus pais, espanhóis republicanos que fugiram do franquismo.
Depois de sair da Universidade de Bordeaux, regressou a Marrocos e em 1972 voltou a Paris onde iniciou a carreira como jornalista e crítico cinematográfico. Posteriormente se tornou Doutor em Semiologia e História pela Escola Parisiense de Altos Estudos em Ciências Sociais. Catedrático de Teoria da Comunicação na Universidade Denis-Diderot (Paris VII), é especialista em geopolítica, estratégia internacional e consultor da ONU.
Foi um dos promotores do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, que tinha o slogan “Um mundo melhor é possível”, e é autor de mais de 20 livros dentre os quais entrevistas autobiográficas Cem horas com Fidel e Minha primeira vida (testemunho do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez).
Ao referir-se a sua presença em Moscou, Ramonet agradeceu ao convite do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e ressaltou que ele e o mandatário cubano, Raul Castro, expressaram a solidariedade de toda América Latina e o Caribe para com a vitória contra o nazismo.
“Eles mesmo e seus povos como representantes da corrente progressista latino-americana e caribenha, tiveram que enfrentar outra forma de imperialismo que tratava de dominar a região, como queriam a Europa e a Alemanha nazista”, refletiu o intelectual.
Ao falar sobre a celebração do aniversário de 70 anos da vitória na Rússia, Ramonet ressaltou que foi uma vitória dos aliados, mas a carga mais pesada caiu sobre o exército e o povo soviéticos, que perderam mais de 20 milhões de vidas para salvar o mundo do horror do nazismo. [Tradução: Luisa Santiago]