Em 2002, a CIA, o serviço secreto de espionagem e imprensa dos Estados Unidos, teve US$ 30 bilhões no Orçamento (fora as verbas secretas) para “inteligência e imprensa”. Em 2000, a Usis, serviço norte-americano de propaganda externa, teve também no Orçamento, US$ 2,5 bilhões.
Com a guerra, essa grana dobrou, triplicou. Isso explica muita coisa. Explica, por exemplo, por que a mídia norte-americana (a escrita e impressa lá e a escrita, traduzida e impressa aqui e quase no mundo todo) passou meses e meses dizendo que Bush ia invadir o Iraque “para destruir as armas químicas e bacteriológicas e todas as armas de destruição de massa” do Iraque.
Dias depois que a invasão começou, O Iraque não usou nenhuma arma de destruição em massa. E, pelo contrário, quem está usando todo tipo de armas de destruição em massa, destruindo em massa um país inteiro, são os Estados Unidos e a Inglaterra. A Igreja tem razão. Não existe hoje no mundo instituição mais venal, corruptora, sórdida e despudorada do que certa TV e certa imprensa internacional.
(Sebastião Nery – Tribuna da Imprensa – 24/3/03)