“Torto arado”, de Itamar Vieira Júnior. Voltando as costas para as grandes cidades e seus problemas, o autor vai para o campo, para uma dessas fazendas onde trabalhadores negros (descendentes de quilombolas) continuam sendo explorados até o osso. Suas protagonistas são mulheres, duas irmãs. O texto mostra um Brasil que nunca vi, me explica tanto do Brasil em que vivo hoje. A ganância, a exploração, o desejo de humilhar o outro, de mantê-lo na mais absoluta miséria. Não é uma narrativa nova, mas pode se tornar muito mais esclarecedora quando vista por outra perspectiva, uma perspectiva feminina, trabalhadora, pobre e negra tornada humana. [Texto de Regina Dalcastagné, editado pelo NPC]