Na tarde do dia 2 de março, uma quinta-feira, o cientista político e professor Jean Tible lançou seu livro Política Selvagem em plena Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro, na Livraria Folha Seca. O lançamento contou com a presença de Camila Jourdan, José Cláudio Alves e Victor Galdino, além do próprio autor, para um bate-papo sobre a obra.

O debate, do qual participaram dezenas de pessoas, se iniciou no final da tarde e seguiu animado até o cair da noite. O livro, editado por GLAC Edições e n-1 edições foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e é fruto da tese “Pensar com o movimento: ciência, política e insurreição”, apresentada no concurso de livre-docência ao Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP). Jean é um grande amigo do NPC. Claudia Santiago, Luisa Souto e Moisés Ramalho participaram do lançamento.

Revolta!!!

“Ao pensar a política na rua, na praça, na estrada e na mata, Jean Tible apresenta uma teoria da democracia que a encontra lá onde a polícia e a milícia matam sem medo de consequências jurídicas; lá onde foi assassinada a representante preta e lésbica da favela, do Complexo da Maré; lá onde pessoas pretas e/ou pobres diariamente confrontam a brutalidade policial e aprecariedade econômica.

Ao fazê-lo, política selvagem nos oferece um ponto de partida para recompor o arsenal disponível para a crítica da arquitetura política liberal, em particular de sua composição mais recente, o Estado-nação. Esta recomposição pode ser indicada a partir de quatro movimentos, que vejo atuados e sugeridos no livro: focar na revolta como atualização da democracia; ver os comuns como materialização da revolta; adotar subalternos da matriz colonial, racial, cis-heteropatriarcal como figura política central; e a consequente recomposição do Estado-nação, na qual a repressão aparece como a quarta de suas funções fundantes, ao lado de proteção, preservação e representação”.

Denise Ferreira da Silva