Categoria: Homenagens

Morre a professora Ecléa Bosi

Ecléa Bosi, professora emérita do Instituto de Psicologia da USP morreu no dia 10 de julho último. Ecéa foi a idealizadora do Universidade Aberta à Terceira Idade na USP, projeto que traz idosos para as salas de aula da Universidade, com cursos e atividades gratuitas. A iniciativa atende anualmente cerca de 9 mil pessoas com mais de 60 anos. A professora coordenou o programa até o final de 2016.
A professora recebeu o Prêmio Internacional Ars Latina em 2009 pelo conjunto de sua obra. Foi reconhecida também pelo Prêmio Averroes 2011 por seus estudos sobre memória e sociedade.

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Por Reginaldo Moraes: Vito Giannotti, o comunista-cristão que andava sobre o mar

“Vito é um cara difícil de definir. Acho que sua energia criadora tinha três fontes: o cristianismo, o comunismo e o anarquismo. Uma síntese estranha, difícil, delicada, mas compreensivel para quem, como ele, havia lido a frase “a religião é um ópio do povo” sem deixar a parte seguinte, frequentemente esquecida: “é o grito do espírito em um mundo sem espírito”. Essa era a sua forma de religião. Assino e reconheço a firma”, Regis de Moraes. Leia mais.

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Por Virgínia Fontes – Ao querido Vito Giannotti

Vito Giannotti foi embora. Estou me sentindo anestesiada, por dentro e por fora. Ele não podia fazer isso, porra!

Ele ficou tranquilamente deitado no chão, local onde dormiu por muitos anos, até reaprender o uso dos colchões. Não consigo me convencer de que não vai se levantar e nos expulsar a todos nós, os amigos, aos gritos brabos e afetuosos.

Ele nos deixa órfãos de sua risada, de seus gritos de “caralho!” “porra!”, “cazzo!”, que fazem uma falta enorme. Como levar adiante a luta sem sua gentileza única, atenta e humana, sem sua brabeza correta e necessária, sua doçura única, suas exigências máximas?

Um mísero ponto de apoio: morreu sem sofrer.

Não se encontram pessoas como Vito Giannotti nas esquinas. Quem teve a sorte de conhecê-lo – e, pela generosidade de Vito, foram muitos – pôde rir com ele, brigar com ele, lutar junto com ele, pensar e organizar com ele, esses tiveram uma chance extraordinária. Que guardemos isso para a vida. É um aprendizado de partilha comunista a preservar e multiplicar, preciosamente.

Conheço Vito e Cláudia – sempre juntos – há 20 anos. A gata e o Vitão. Uma das mais lindas histórias de amor. Das muitas fotos que povoam a vida, uma, muito especial, foi tirada aqui em casa, num aniversário: um instantâneo capturou um maravilhoso olhar trocado por eles, olhar enamorado, amoroso e franco. Amor completado com Luísa, a então menininha que cresceu com Claudia e Vitão, que aprendeu a dividir a mãe ao ganhar esse ‘carcamano’ generoso. Hoje, mulher plena, companheira na luta. Leia mais.

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Por Flavia Braga Vieira: Porrra, Vitão, car*lh#… isso lá é hora para você nos deixar?

De quem mais a gente vai ouvir as palavras de incentivo, mesmo no meio do ascenso conservador? De quem mais a gente vai receber os cds com mil versões de Bella Ciao ou da Internacional (pra que nós não nos esqueçamos nunca de que somos internacionalistas)? De quem mais a gente vai ouvir blasfêmias e palavrões anticlericais (pra que nós não nos esqueçamos nunca de que somos ateus)? De quem mais a gente vai receber os abraços apertados e o sorriso aberto no meio das passeatas, no final da noite depois de um monte de cerveja ou de um puta debate sobre comunicação popular? De quem mais a gente vai receber conselhos (mesmo que não parecessem conselhos, pois seu tom não era nunca professoral) sobre a luta, a formação política, o amor aos povos e gentes? De quem mais a gente vai ouvir “a luta continua, porrra”???

Vc foi o mais bravo, o mais barulhento, o mais esporrento e, ao mesmo tempo, o mais doce, o mais alegre, o mais amado metalúrgico/jornalista/professor do nosso povo, querido amigo, Vito Giannotti… Vc vai fazer uma falta danada, carcamano… Vc está nos deixando órfãos, e tá doendo pra cac#te…

Mas o teu exemplo, os teus saberes, os teus ensinamentos fertilizaram tantos corações e mentes, que a gente vai seguir lutando. A gente vai seguir construindo um mundo melhor, mais justo, mais igualitário… porque vc merece. Cada vitória vai ser brindada em tua memória!

Obrigada por tudo, camarada! Obrigada pelo que vc fez pelo socialismo, pela classe trabalhadora, pelo sindicalismo, pelos estudantes, pelas mulheres… obrigada por tudo que vc fez por mim… eu sou uma pessoa muito melhor porque encontrei com vc nas batalhas!

Valeu, Vitão… porrra, valeu muito!

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Por Najla Passos: Morre Vito Giannotti. A luta continua, porra!

O Brasil perdeu nesta sexta (24) Vito Gianotti, o escritor italiano que escolheu o Brasil para viver e para lutar em prol dos trabalhadores. Operário, dirigente sindical, educador e comunicador popular, ele era coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), o principal centro de treinamento e produção em comunicação popular e sindical do país. Leia mais.

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Por Sérgio Domingues: Vito Giannotti (1943…)

É foda! Vito se foi. Nos deixou um monte de ensinamentos. Um dos mais importantes: continuar aprendendo sempre. Tudo isso em meio a muitos palavrões carinhosos. Mas ele tá muito vivo, porra! Agora, um pouco de luto. Só o bastante pra continuar na luta que ele jamais abandonou. Bem unido façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional… Valeu, Vitão!

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Por Marcelo Souza

Desde sexta-feira, quando recebi, através da Katia Marko, a notícia da partida do Vito Giannotti, queria escrever alguma coisa. Alguma homenagem ao amigo tão querido. Mas sei lá, sentei algumas vezes e tudo parecia tão pequeno. Vito é daquelas pessoas que não passam impune na nossa vida. Alguma coisa a gente aprende. Pode aprender a escrever de forma que os outros entendam. Aprende a fazer um jornal bonito. Aprende que jornal tem que ter infográfico. Aprende a falar palavrão. Aprende a cantar a Internacional. Aprende que a comunicação tem lado. Aprende qual é o teu lado. Mas, principalmente, aprende a ter carinho com o próximo, aprende a ser generoso, aprende que ser revolucionário é, antes de mais nada, ter um coração enorme que acredita que o ser-humano tem jeito sim.

Lembro de uma vez em sua casa, no Rio de Janeiro, o Vito falar que na cabeça ele era comunista, mas lá no fundo o seu coração era anarquista. Esse era o Vito Giannotti, um tipo de gente que está cada vez mais difícil de aparecer. Como se diz aqui no Sul, vinho de outra pipa.

Pensar que não vou mais ouvir aquela vozeirão falando “E aí magrão? Como é que vai?” e logo depois começar um papo sobre o momento da política, dói. Mas sei que como tempo essa dor vai dar lugar a gratidão de ter convivido por quase vinte anos com uma pessoa tão especial.

Talvez a coisa mais importante que eu aprendi com esse italiano seja que, quando ele falava “A luta continua, porra!”, era a mesma coisa de falar “a vida continua, porra!”. Pois para ele vida e luta sempre foi uma coisa só. Valeu Vitão!!

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Por Breno Altman: Morreu um bravo

Faleceu, no dia 24 de julho, aos 72 anos, um dos mais dedicados, destemidos e criativos militantes sociais deste país, o italiano Vito Giannotti, brasileiro de coração.

Era um revolucionário sem dogmas e preconceitos.

Quando abraçou a causa do socialismo, em sua pátria natal, soube dos kibutz israelenses e teve a esperança de que lá, no final dos anos 50, nascia um mundo novo.

Arrumou suas malas e mudou-se para Israel, sem ter qualquer vínculo com o judaísmo.

Quebrou a cara. Decepcionou-se com o que viu e viveu. Rapidamente desistiu do sionismo, do qual passou a ser crítico implacável, procurando a encarnação de suas convicções socialistas em outras plagas.

Resolveu, então, se juntar à epopéia latino-americana, mudando-se para o Brasil, empregando-se em uma metalúrgica e atuando no movimento sindical logo após o golpe militar de 1964.

Foi um dos grandes animadores da oposição sindical metalúrgica de São Paulo, nos anos 70 e 80.

Dedicou-se especialmente à tarefa de educar o sindicalismo combativo para a tarefa da comunicação, pois considerava essa a principal ferramenta para radicalizar a consciência de classe e pavimentar o caminho ao socialismo.

Desde os anos 90, mudando-se de São Paulo para o Rio de Janeiro, liderou a constituição do Nucleo Piratininga de Comunicação (NPC), formidável experiência para o debate dos temas da informação e para a formação de animadores da luta social. Leia mais.

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Por João Pedro Stédile, do MST: Perdemos um grande camarada, Vito Giannotti

Vito Giannotti chegou da Itália em 1964, com 21 anos.

Tornou-se um brasileiro legítimo. O povo brasileiro o adotou. Operário metalúrgico, fez militância sindical durante toda ditadura militar. Sábio e autodidata, se transformou em jornalista.

Era um defensor intransigente, seguindo o mestre Gramsci, de que a classe trabalhadora precisa construir seus próprios meios de comunicação. Ajudou a formar diversos jornais e boletins da classe, entre eles o jornal Brasil de Fato nacional e o tabloide BdF do Rio Janeiro. Deve ter dado milhares de palestras pelo Brasil à fora incentivando a comunicação da classe. Leia mais.

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Editorial do Brasil de Fato RJ: Uma semente chamada Vito Giannotti

Essa semana o Brasil de Fato vive um misto de tristeza e alegria. Estamos de luto porque perdemos sexta-feira, dia 24 de julho, o companheiro Vito Giannotti. Nascido na Itália, brasileiro de coração, Vito foi operário, da produção material e da comunicação popular. Vito foi a semente que deu bons frutos. Diversos veículos da imprensa chamada de “alternativa” o tiveram como mentor. Sua contribuição para a imprensa sindical e popular no país dificilmente será igualada. Confira!

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