Cerca de 40 lideranças sindicais, dirigentes partidários e profissionais da comunicação participaram do debate sobre comunicação sindical realizado dia 17/05, na sede do PCdoB, no Rio de Janeiro. Iniciativa inédita no coletivo partidário, o seminário organizado pelas secretarias estaduais de Comunicação e Propaganda e Sindical foi o pontapé inicial para discutir a importância do movimento sindical na luta de idéias contemporânea e envolveu representantes de treze entidades sindicais e de três movimentos de oposição sindical. O novo momento político do país, o acirramento do debate ideológico e a vitória da Corrente Sindical Classista, no Congresso da CUT/RJ emolduraram o evento. O debate contou com a presença do jornalista Altamiro Borges, do Centro de Estudos Sindicais (CES), membro do Comitê Central do PCdoB e editor da revista Debate Sindical.

Sob o bombardeio midiático
Altamiro Borges fundamentou a importância do debate, lembrando a formulação de Engels onde o teórico marxista situava a luta de classes em três níveis: luta política, econômica e de idéias. “Dentro do campo das idéias enfrentamos inimigos muito poderosos. Cerca de 85% de todas as informações no mundo são geradas pelos EUA, o que evidencia um imenso monopólio nessa área”, lembrou o dirigente.

Miro também afirmou que, em função do intenso bombardeio midiático, uma grande parcela dos trabalhadores não só aceita, mas até defende o ideário liberal: “Basta lembrar que diversas categorias e trabalhadores comuns defendiam a privatização de setores da economia brasileira em nome da modernização e melhoria no serviço”. “Para colocarmos a balança a nosso favor”, Miro disse ser necessário que o movimento popular, em específico o movimento sindical, valorize e utilize todos os meios de comunicação disponíveis — jornais, impressos, TVs e rádios comunitárias, internet — visando fazer avançar a consciência do povo. “É preciso também que o sindicalismo classista, supere os limites estreitos do corporativismo e do economicismo”.

É necessário superar o espontaneímo
O secretário de Comunicação do PCdoB Marcos Oliveira reforçou a luta contra a subestimação da comunicação na luta ideológica e abordou a necessidade de superar o espontaneísmo através da formação de uma rede de comunicação intersindical da CSC, capaz de articular as ações políticas dos comunistas, tanto no meio sindical como no movimento político e social do Estado. Incitou também a participação dos sindicalistas em outros veículos “como a internet, as TVs Comunitárias, além da própria TV Educativa, que ainda são muito pouco explorados por nossas lideranças”.

Uma rede classista de comunicação
Os metalúrgicos contaram um pouco da sua experiência com a criação dos jornais Garra Metalúrgica e Meta. “Os dois jornais fizeram com que a categoria se unificasse em torno dos seus interesses, além de estimular uma participação mais ativa nas fábricas e no próprio sindicato”, avalia o dirigente Maurício. Registraram também a evolução para uma compreensão mais ampla, que levou à transformação do departamento de imprensa da entidade em departamento de comunicação sindical. Entusiasmados, os metalúrgicos se propuseram a encabeçar, dentro da CSC, a articulação de uma “rede classista de comunicação”.

(www.vermelho.com.br)