[Por Joseilton Mendes – Curso de Comunicação Popular do NPC/2022] Estácio, Zona Norte – Na parte da manhã foi de aparente tranquilidade o movimento na seção eleitoral, do clube do servidor municipal, no bairro do Estácio. Nas primeiras horas, foi observado um número maior de pessoas usando camisas da seleção brasileira. A partir de meio dia, o número de pessoas chegando ao local de votação usando o adesivo do candidato do PT, aumentou. Numa padaria, fregueses discutiam o assunto do dia. Cerca de 7. Sendo que apenas 2 clientes declararam voto no atual presidente. Os outros, logo se manifestaram em favor do Lula. Inclusive, uma senhora, que concordou conversar comigo, a senhora Fabiana, de 58 anos, disse que depois do Brizola, era Lula a sua escolha política.
Boca de urna só na parte da manhã.


As empresas de ônibus, estavam respeitando a orientação da prefeitura de liberar a entrada gratuita nos coletivos. Pessoas entravam pela porta traseira.


Num giro do Estácio até a praça Afonso Pena, pude ver sinais de que podemos chamar de subversivo. Apesar de não aceitarem registro, todos os funcionários de um lava jato usavam adesivos do PT. Quando caminhava de volta para o Estácio, tinha um carro estacionado na rua Haddock lobo, com um adesivo grande com o rosto do Bolsonaro, uma garota de vermelho, colou um adesivo do Lula. Quando cheguei mais perto, um casal vestindo camisas da seleção brasileira, se aproximava. Passaram e voltaram. Eu não consegui tirar foto do carro. Saí e eles ficaram me olhando até eu me afastar.


Um dia histórico


Hoje não é só mais uma votação para escolha de um próximo governo ou reafirmar a atual gestão. É um dia que está se decidindo por um país com duas opções. Na primeira, a que saiu vencedora, a democracia burguesa vai continuar. Na segunda, o regime bolsonarista vai ganhar mais força.


Desde o golpe de 2016, as classes trabalhadoras vêm perdendo direitos.


As reformas trabalhista, previdenciária e na educação, com implementação da BNCC.


O pleito de hoje é também em memória de Marielle Franco, que foi assassinada por forças milicianas, durante uma intervenção militar na segurança pública do Estado do Rio de janeiro. O general que comandou esta intervenção foi justamente o candidato a vice presidência, general Braga Neto.


Quando fui tirar a foto dos boletins de urna, o guarda municipal que estava na porta me perguntou se eu entendi o que estava escrito. Respondi: deu Lula em todas. Ele retrucou: é porque é perto da favela.

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