Publicado em 12.10.2010 – Por Claudia Santiago [Publicado originalmente em Porto Gente]

O movimento sindical, excetuando-se uma pequena parcela dirigida por sindicalistas que acham que para os trabalhadores tanto faz Dilma ou Serra, passou a semana em crise de pânico. Ninguém imaginava que houvesse segundo turno nas eleições presidenciais.  Os dados das pesquisas sobre a popularidade do presidente Lula levavam a pensar assim.  

Golpes podiam até ser esperados, mas, no fundo, embora possíveis, não se acreditava muito neles. E todos olhavam para a imprensa tradicional, esperando que algo de sujo pudesse sair dali.  Realmente saiu. Mas não foi só dali. Ninguém pensou sobre a possibilidade de as novas mídias serem utilizadas para o mal. E foi exatamente o que aconteceu. E-mails mentirosos e farta distribuição de DVDs em favelas e regiões populares, com conteúdo religiosos  contra a candidata Dilma amedrontaram o eleitor.  Foi uma campanha de difamação só comparável aos meses antes do Golpe de 64.

O corpo a corpo a corpo calunioso também aconteceu. A Agência Estado divulgou que, a um eleitor evangélico, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que citava Jesus Cristo como o “único homem que prestou no mundo” e que declarou voto em Dilma, a mulher de Serra, Mônica Serra, afirmou que a petista seria a favor do aborto.  “Ela é a favor de matar as criancinhas”, disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos.

Passados os primeiros dias, o movimento sindical agrupado em torno da CUT, CTB e demais centrais legalizadas se recompôs , participou de plenárias, passeatas e começou a ir às ruas em defesa de sua candidata. Montou-se um grande esquema para responder aos e-mails mentirosos que ainda circulam pela Internet.  O debate de ontem, dia 10/10, na Band, animou ainda mais os sindicalistas dilmistas. Na avaliação destes, a candidata deu um show de inteligência, segurança e competência.

 

Tudo isso começa a ser refletido nas páginas da imprensa sindical. A partir de quarta-feira, muitos os sindicatos colocarão nas ruas jornais apresentando à sua categoria os motivos pelos quais se deve votar em Dilma. Esta jornalista que vos fala prepara um deles.