“Sou gari também”, afirmou, enquanto colegas discursavam contra a prefeitura

Por Jornal do Brasil

Foto: Jornal do Brasil

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O movimento dos garis do Rio ganhou um componente de peso nesta quinta-feira (6). Renato Luz Feliciano Lourenço, mais conhecido como Renato Sorriso, gari que ficou conhecido em todo o país e até no exterior por levar sua alegria e seu samba no pé, participava nesta manhã de ato dos grevistas em frente à sede da Comlurb, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Mas desta vez estava, ele estava com o semblante fechado. Perguntado se era a favor da greve, ele foi direto: “Eu sou gari também. Estou aqui porque sou gari e trabalhador.”

Renato separou o personagem Sorriso do profissional da limpeza: “Uma coisa sou eu sambando, outra coisa sou eu gari”, disse, enquanto colegas discursavam em frente à sede da Comlurb. Eles protestavam contra a postura da empresa, que estaria coagindo trabalhadores a voltarem a trabalhar. Em assembleia, a categoria decidiu pela manutenção da greve, e partiu em passeata até a Prefeitura do Rio.

O movimento quer um encontro com representantes da prefeitura para negociar nova proposta de ajuste salarial e melhores condições de trabalho, em vez da que foi acordada pelo sindicato e pela Comlurb na segunda-feira e que prevê aumento de cerca de R$ 70. Os garis reivindicam um reajuste de R$ 400.

Eles negam as acusações de envolvimento político do movimento. “Isso não tem a ver com política, mas com salário. Eu quero um salário justo”, afirmou o gari Celio Viana, há 12 anos na Comlurb. Segundo ele, a diretoria do sindicato dos garis é a mesma há décadas e não representa os interesses dos trabalhadores.